Degrau a degrau

«Numa tarde de Inverno, fui ao hospital psiquiátrico visitar o meu amigo que adoeceu da doença que o fazia ter pensamentos que estavam escritos no compêndio de medicina. Estava no pátio quando um louco me abordou. Pediu-me um cigarro e contou-me a sua vida. Falava muito depressa. Ainda o cigarro ia a meio e já o louco tinha chegado ao fim da história da sua vida. Tinha os olhos esbugalhados, como se estivesse assustado, mas não havia nada muito terrível no que contava. Até que, terminou
- E tudo o que não vivi, li.
Como se fosse esse o segredo da sua loucura.»

Dulce Maria Cardoso
Em busca d'eus desconhecidos

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